Nos últimos anos, o uso de medicamentos injetáveis como o Ozempic, originalmente indicado para o tratamento do diabetes tipo 2, se popularizou como alternativa rápida para perda de peso. Impulsionado por motivações estéticas e pela viralização em redes sociais, esse uso fora de indicação clínica vem preocupando médicos e especialistas em saúde mental.
Embora esses fármacos possam, de fato, auxiliar no controle do apetite e na redução de peso, seu uso indiscriminado ignora aspectos fundamentais do emagrecimento saudável, como o equilíbrio emocional, a relação com a alimentação e o risco de efeitos colaterais sérios. Ansiedade, distorções da autoimagem e baixa autoestima muitas vezes estão na base da busca por soluções imediatas — e, quando não tratadas adequadamente, tendem a se intensificar.
Na psiquiatria, é comum que pacientes relatem medo de ganhar peso ao iniciar antidepressivos, o que exige do médico uma escuta cuidadosa e uma estratégia individualizada. Da mesma forma, o uso de substâncias para emagrecer deve sempre considerar o impacto psicológico envolvido.
Diante do aumento no uso sem critério, a Anvisa passou a exigir, no Brasil, a prescrição médica de duas vias para medicamentos como o Ozempic — reforçando que seu uso deve estar restrito a indicações bem estabelecidas.