A maternidade é frequentemente idealizada como um momento de plenitude e felicidade, mas a realidade da gestação e do puerpério pode ser bem mais complexa. Esse período traz mudanças intensas no corpo, na rotina e, principalmente, nas emoções. É comum que a mulher enfrente sentimentos de exaustão, medo, insegurança e tristeza — muitas vezes acompanhados de solidão e da sensação de estar sobrecarregada, especialmente quando falta uma rede de apoio sólida.

Além disso, o afastamento emocional do parceiro e a cobrança interna para “dar conta de tudo” podem agravar o sofrimento. Quando esses sentimentos persistem, é preciso estar atento: eles podem indicar um quadro de depressão pós-parto, uma condição séria, porém tratável.

Falar sobre isso sem culpa é um passo essencial. Cuidar da saúde mental materna é tão importante quanto cuidar do bebê. Buscar apoio psicológico, compartilhar as dificuldades e contar com o envolvimento ativo do parceiro e da família são atitudes que ajudam a tornar essa fase mais leve e saudável. Reconhecer a dor e acolher a mulher nesse momento é um ato de cuidado e empatia.

Dra. Veronica Ciulla 
CREMERS: 33434
PSIQUIATRA – RQE: 44626
PSICOTERAPEUTA

 

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